segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Como são feitas nossas avaliações automotivas?

Por Yuri Ravitz
Fotos: Yuri Ravitz/Volta Rápida




Na lista das profissões dos sonhos de muitos, certamente constará ser um jornalista automotivo. Poder estar em contato constante com o universo das quatro rodas, por dentro dos últimos lançamentos e ainda por cima ter a oportunidade de dirigir praticamente tudo que se movimenta sobre o chão é, de fato, muito interessante e divertido, mas poucos conhecem a verdadeira abrangência dessa função ainda tão "misteriosa".

Gosto de dizer que um jornalista é um detetive: precisamos ir atrás da informação, do fato e trazer para o público com clareza e objetividade. Não raro, escrevemos artigos e/ou colunas colocando nossas opiniões a respeito de determinado acontecimento -o que não é proibido-, visando levar o leitor a refletir sobre aquilo. No caso do jornalista automotivo, uma das atribuições é a de avaliar os mais recentes modelos que as montadoras disponibilizam para o mercado consumidor, e é exatamente disso que o post falará daqui em diante.


1º - Contato e retirada

Antes do início da avaliação, existe o contato entre a mídia automotiva (revista, site, canal, blog, etc.) e a empresa (montadora, loja, concessionária, entre outras) que pode ser feito de duas formas: a mídia faz sua solicitação para a empresa (que pode aceitar ou rejeitar) ou a própria marca entra em contato com a mídia, oferecendo o carro X ou Y para a redação avaliar em regime de comodato por um período Z, podendo ser alterado para mais ou para menos mediante aviso prévio. Quando os carros vêm diretamente das montadoras, o tempo padrão de avaliação é de uma semana (7 dias corridos).

Estando tudo em ordem, o veículo deve ser recebido pela mídia em um local previamente determinado e, ao término do contrato de comodato, devolvido no mesmo local onde foi retirado. Normalmente não é necessário abastecer ou lavar o carro para a devolução, mas é imprescindível que ele esteja nas mesmas condições de uso e conservação de quando foi retirado - exceto, é claro, itens de desgaste natural.


2º - Caindo na pista

De posse do carro, é imprescindível se familiarizar com seus comandos e demais características logo de começo: sensibilidade dos pedais, comportamento do câmbio, dinâmica de direção, entre outros fatores. Não existe limite de quilometragem e o comodatário pode ir para onde quiser (leia-se pegar estradas, sair de sua cidade/estado de origem, etc.), mas há restrições quanto a participação em eventos ou qualquer outro uso que não seja, estritamente, o particular. Trocando em miúdos: nada de usar o veículo para atividade remunerada ou em competições, sejam esportivas ou não.

Não existe um padrão de teste; cada mídia faz como bem entender. Aqui no VR, nossos testes normalmente são feitos em 60% de trecho urbano e o restante em rodoviário, abastecendo os veículos sempre com gasolina (para obter as melhores médias de consumo) e alternando entre carro cheio e "vazio" (apenas o motorista), ar condicionado ligado e desligado, além de testarmos as demais tecnologias de economia de combustível quando disponíveis - por exemplo, o sistema start-stop que desliga o motor em paradas curtas.

Porsche Boxster S (981) em mais uma produção do Volta Rápida. Foto de Gabriel Oliveira

3º - Cuidados e obrigações

O Volta Rápida produz material para três mídias diferentes: em vídeo para nosso canal no YouTube, fotos e vídeos mais curtos para nossa página no Instagram, e por último mas não menos importante, as fotos mais elaboradas para as matérias mais completas aqui no blog. O canal é dedicado aos que preferem as mídias mais modernas e uma abordagem mais descontraída, mas não menos informativa; no perfil do Instagram, produzimos conteúdo de forma mais rápida a fim de atender a agilidade que os usuários de smartphones procuram, enquanto que o blog é voltado aos que gostam de ler e se aprofundar nos assuntos, trazendo uma visão mais tradicional do todo.

Todo carro que passa pela nossa redação é devidamente inspecionado, cuidado e credenciado tanto para o teste quanto para as produções midiáticas, tudo a fim de evitar imprevistos e qualquer tipo de situação desagradável. Do mesmo modo, a condução é sempre feita de forma responsável e cautelosa, pois qualquer infração cometida ou dano causado pelo comodatário durante o período de vigência do contrato é de responsabilidade do mesmo.


4º - Devolução e publicação

Terminado o período de avaliação, o comodatário precisa devolver o veículo na mesma loja onde retirou , mas sem necessidade de abastecê-lo ou lavá-lo (como dito mais acima). Cada mídia pode publicar o material resultante do empréstimo como e quando bem entender; por padrão aqui no Volta Rápida, buscamos publicar após uma semana da data de devolução do veículo, a fim de atender a agenda das demais publicações previstas.


2017 foi um ano muito importante para o Volta Rápida, pois começamos a ser reconhecidos pelas principais montadoras do país como uma mídia séria e comprometida com o bom jornalismo automotivo. Com isso, passamos a receber o suporte direto dessas marcas com todo o conteúdo divulgado pelas mesmas, bem como veículos para avaliação e publicação em nossos canais com o objetivo de trazer para você, leitor e leitora, uma visão mais direta e profissional do que determinado produto oferece. Agradecemos muito por todo seu apoio até aqui, e que 2018 traga muito mais!

Um forte abraço do editor-chefe,

Yuri Ravitz
@yurivitz