Modelo cedido por Stellantis Brasil
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Dessa vez, nosso Rampage de teste veio na cor Preto Diamond que custa R$2.000 à parte. |
Ele voltou! Pouco mais de um ano após nosso primeiro contato com o inédito Ram Rampage, a picape de porte intermediário retorna ao Volta Rápida para mais uma avaliação completa. Na primeira ocasião, nós tivemos contato com a versão Rebel que era a mais barata da gama, porém, com o conjunto mecânico mais caro protagonizado pelo motor "Hurricane 4", um 2.0 turbinado a gasolina que gera até 272cv e 40,8kgfm. Agora na linha 2025, a variante Rebel passou a ser intermediária e nos foi cedida com a motorização diesel, mas há outras novidades que também são dignas de nota. Confira!
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Pneus de uso misto trazem letras com contornos brancos nas laterais, reforçando a pegada aventureira da picape. |
Mais força, mais opções, mais dinheiros
Lançado originalmente em três versões - Rebel, Laramie e R/T (confira os detalhes no ato do lançamento aqui), o Rampage agora conta com a configuração Big Horn como nova opção de entrada da linha, oferecida pelo preço inicial de R$242.990 - exatos 3 mil reais a mais do que custava a Rebel com motor 2.0 turbodiesel no ato do lançamento. Falando nela, seu preço hoje é de R$270.990, mais de 30 mil reais de diferença após dois anos de mercado; na sequência, a Laramie começa em R$283.990 e a topo-de-linha R/T custa R$299.990.
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Rodas aro 17 trazem acabamento diamantado. Versão Rebel é a única com os para-choques, saias e arcos dos para-lamas em preto fosco. |
A nova variante Big Horn é oferecida somente com motor a diesel e a topo-de-linha R/T continua sendo vendida apenas com o motor a gasolina; a Rebel e a Laramie estão disponíveis com ambos os motores, mas a Ram acabou com a diferença de 10 mil reais que existia entre as opções mecânicas, ou seja, agora você paga o mesmo valor independente da motorização escolhida. Em todos os casos, a transmissão é automática de nove marchas e o sistema de tração é integral seletiva com opção de reduzida.
A grande estrela da linha 2025 do Rampage está debaixo do capô: o antigo 2.0 turbodiesel, usado há anos por diversos modelos da Stellantis (Renegade, Compass, Toro, entre outros), saiu de cena para dar lugar a um novo 2.2 igualmente turbinado e movido a diesel, mas que gera até 200cv e 45,9kgfm; são 30cv e 7,2kgfm de potência e torque máximos a mais e que se manifestam em regimes mais baixos de rotação, melhorando as saídas e respostas da picape de um modo geral. Os 200cv de potência aparecem em 3.500rpm contra os 170cv de antes que se manifestavam a partir dos 3.750rpm, enquanto os 45,9kgfm já são entregues em 1.500rpm contra os 38,7kgfm que começavam a aparecer aos 1.750rpm.
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Novo motor é bem mais moderno e atende às normas do Proconve L8. |
Quando comparado ao 2.0 Hurricane, são 72cv de potência máxima a menos e 5,1kgfm de torque a mais - na prática, o turbinado a gasolina ainda confere um desempenho consideravelmente superior, levando a picape de 0 a 100km/h em 7,1 segundos contra 9,9s do novo motor a diesel, contudo, o novo bloco já melhorou a performance em relação ao antigo. A grande vantagem do novo 2.2 está no consumo de combustível: nossa média após mais de 700km rodados foi de 14,9km/l, um número muito superior aos 9km/l que obtivemos na avaliação do turbinado a gasolina e que pode ser ainda melhor em trechos predominantemente rodoviários. Nossa melhor média superou os 19km/l em viagens curtas e direção voltada a economia (mais suave).
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Cabine segue a mesma de sempre. |
No mais, o Rampage segue o mesmo de sempre, apenas com algumas poucas alterações; a partir da versão Laramie, os itens do pacote Elite (banco do condutor com ajustes elétricos, iluminação ambiente em branco e som Harman Kardon) passam a vir de série, seguindo como opcionais apenas para a versão Rebel. Já a capota marítima também passa a vir de série em todas as versões e, por fim, a Laramie recebe o pacote estético Night Edition que substitui todos os cromados externos por um acabamento em preto brilhante, inclusive nas rodas, trocando a cabine com couro bicolor em marrom por preto.
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Acabamento interno é surpreendentemente bom para uma picape. |
No uso, o 2.2 turbodiesel é muito bom e leva a picape com bastante decência: não é um "canhão" como quando equipado com o Hurricane 4, mas você não sentirá falta de performance em momento algum mesmo com a picape carregada. Junte isso aos ótimos níveis de consumo de combustível e você tem o melhor e mais versátil conjunto mecânico disponível para o Rampage atualmente, inclusive pelo ronco grave e o "castanhado" característico dos motores a diesel que cai como uma luva no utilitário americano. Em suma: se fôssemos adquirir um Rampage hoje, essa seria nossa escolha.
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Na traseira, emblemas RAM, Rebel e 4x4. As lanternas são inteiramente em LEDs. |
Nos demais aspectos, tudo o que dissemos na primeira avaliação do Rampage serve para agora. A picape é uma opção bastante interessante para quem busca, ao mesmo tempo, unir o carro da casa e o do trabalho em um só. A versão Rebel, na nossa visão, segue se apresentando como a mais interessante por trazer o mesmo "recheio" das mais caras aliado aos pneus de uso misto e um visual mais aventureiro do que urbano (como a Laramie) ou esportivo (como a R/T). Com poucos contras, porte adequado para a circulação em centros urbanos e preços menores do que as médias mais equipadas, o Rampage tem justificado os bons índices de vendas com mais de 23 mil unidades no ano passado e a alternância de posições dentre as 10 mais vendidas nesse primeiro semestre de 2025.
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Espaço traseiro é ok. |
Apesar de tudo, nosso segundo contato com o Rampage não foi tão tranquilo quanto normalmente nossos testes são. Na primeira ocasião em que recebemos a unidade avaliada aqui, o modelo apresentou determinadas falhas que impossibilitaram seu uso, exigindo que o carro fosse rebocado até a concessionária para ser devidamente diagnosticado e reparado; na ocasião, nós aproveitamos para testar o Ram Service, serviço de assistência oferecido pela marca a seus clientes através do telefone 0800-730-7060.
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Protetor de caçamba é item de série. |
Sem me identificar como jornalista, entrei em contato com o número informado e relatei o ocorrido: o carro sequer entrava no modo acessório (o famoso "pós-chave") e até mesmo o travamento precisava ser feito de forma manual, utilizando a chave metálica embutida no controle presencial. Após o contato, fomos informados de que um reboque chegaria ao nosso local em até 60 minutos - e assim foi feito. Com a plataforma já pronta para levar o veículo, outra dificuldade apareceu: a impossibilidade de desativar o freio de estacionamento (que é eletrônico, acionado por botão) de forma manual. Diferente da transmissão que possui a trava manual escondida abaixo do porta-copos, o mecanismo do freio de estacionamento exige que o automóvel esteja no pós-chave para ser acionado. Felizmente o Rampage estava parado em uma rua de terra batida, o que facilitou o processo de reboque.
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Rampage posando em uma das muitas praias da região dos lagos. |
No final das contas, a concessionária nos informou que foram trocados a bateria e o motor de arranque, normalizando a situação. De toda a experiência, nós parabenizamos aos colaboradores do Ram Service, entretanto, é essencial fazer uma ressalva sobre a impossibilidade de uso do freio eletrônico de estacionamento em caso de pane elétrica, um problema sério que dificulta a vida do proprietário e de quem tentar ajudá-lo. É necessária a instalação de algum mecanismo que permita que o freio seja desabilitado manualmente, a fim de possibilitar que um veículo necessitando de reparos seja devidamente transportado até o local adequado.