A convite da montadora
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A cor Cinza Centaurus compõe a paleta de tonalidades oferecidas no Brasil para o E5. |
As novatas Omoda e Jaecoo, submarcas com pegada ligeiramente mais premium do grupo Chery, finalmente chegaram ao mercado brasileiro e nós já fomos conhecer as primeiras novidades de perto. Depois da abordagem completa com as impressões iniciais sobre o Jaecoo 7, um inédito SUV médio com mecânica híbrida plug-in, agora é a vez de falarmos sobre o Omoda E5, um outro SUV médio, mas com ares de coupé e mecânica 100% elétrica. Foi um contato breve, de algumas horas e restrito a um circuito fechado, contudo, deu para se ter uma ideia do que o utilitário chinês promete no uso prático.
O Omoda E5 nasceu em 2021 como "Omoda 5", apresentado ao planeta como um produto da Chery, entrando em produção no ano seguinte. Ao mesmo tempo, a submarca Omoda foi criada e assim nasceu o 5, também chamado de C5 em alguns mercados - essencialmente, um rebadge do Omoda 5 original com alterações estéticas quase imperceptíveis. O 5 com motorização 100% elétrica, que também atende pelos nomes C5 EV ou E5 (como será usado no Brasil), surgiu ano passado e chega ao Brasil como o primeiro produto da Omoda para o nosso mercado; a versão a combustão também é cogitada para um futuro a médio prazo.
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Motor elétrico do Omoda E5 é dianteiro, mas não pode ser visto. |
O Omoda E5 chega ao Brasil em versão e motorização únicas, equipado com um motor elétrico montado na dianteira, capaz de gerar até 204cv e 34,7kgfm, alimentado por uma bateria de 61,1kWh que garante até 345km de autonomia segundo o Inmetro. Pesando 1.710kg, ele vai de 0 a 100km/h em 7,6 segundos e atinge 172km/h de velocidade máxima, números adequados mediante o peso do veículo e seu preço perante os principais concorrentes. Falando em porte, são 4,42m de comprimento (o mesmo de um Jeep Compass), 1,83m de largura, 1,58m de altura e 2,63m de entre-eixos com 340 litros de porta-malas. Apesar das medidas externas o nivelarem a modelos médios, tanto o porta-malas quanto o entre-eixos são dignos de SUVs compactos e deixam a desejar.
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Cabine do Omoda E5 se alinha com a de modelos europeus. |
Vendido em configuração única por R$209.990, o Omoda E5 não possui opcionais. A lista de itens de série engloba: conjunto ótico totalmente em LEDs, teto solar, bancos dianteiros com ajustes elétricos e ventilação, ar condicionado digital de duas zonas com saídas traseiras, iluminação ambiente customizável, sete airbags, câmeras em 360º com vista panorâmica, cluster de instrumentos 100% digital, rodas aro 18, sistema de som Sony com 8 alto-falantes, pacote ADAS completo, entre outros.
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Assim como no Jaecoo 7, o interior do Omoda E5 aposta em sobriedade. |
Indaiatuba/SP - assim como foi com o Jaecoo 7, nosso contato inicial com o novo Omoda E5 se deu nas muitas curvas do autódromo da Fazenda Capuava, no interior de São Paulo. A expectativa era alta, mas não por conta dos números da ficha técnica e sim porque modelos 100% elétricos são reconhecidos pela performance empolgante, principalmente em acelerações. De fato, embora os indicadores sejam sensivelmente inferiores aos do Jaecoo 7, o E5 se mostrou muito mais prazeroso de guiar e mais esperto de maneira geral do que o "primo".
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Apesar das medidas de SUV médio, o espaço interno do E5 é de SUV compacto. |
Não é apenas uma questão de "resposta instantânea" do conjunto puramente elétrico: diferente do Jaecoo 7, o E5 não possui uma caixa de câmbio e não precisa alternar entre motores quando é mais exigido, o que explica as reações mais vigorosas. De igual modo, o comportamento dinâmico agradou, mas seria ainda melhor se o motor elétrico fosse montado no eixo traseiro, distribuindo o peso pela carroceria com mais lógica e equilíbrio. Os pneus 215/55 R18 se mostraram adequados tanto pela largura quanto pelo perfil, entregando uma boa relação entre segurança e conforto, contudo, as rodas parecem pequenas demais para o conjunto, deixando uma percepção visual estranha e aparentemente desproporcional.
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Cockpit com telas de instrumentos e multimídia integradas na mesma moldura segue tendências atuais. |
Por dentro, a cabine do Omoda também agradou mais que a do Jaecoo por ser mais tradicional: além da integração entre painel de instrumentos e central multimídia, a interface de ambos é mais agradável visualmente e os controles dos retrovisores ficam no lugar certo - na porta do motorista, diferente do Jaecoo 7 que se assemelha ao Volvo EX30, ativando-os pela central multimídia. Já o teto solar se abre para fora, relembrando clássicos da indústria japonesa como o Honda Civic de 5ª geração e o Mitsubishi Eclipse (sem ser o Cross), porém, é do tipo escotilha e não o desejado panorâmico como de praxe nos modelos de hoje em dia.
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Da esquerda para a direita: E5 em Preto Andromeda, Cinza Centaurus (2x) e Branco Arctic. Há ainda o Prata Alya e o Azul Antares no catálogo. |
As impressões iniciais foram boas e, ao nosso ver, o Omoda E5 tem plenas condições de competir com seus rivais - BYD Yuan Pro/Yuan Plus, Volvo EX30, Renault Megane E-Tech e outros parecidos. O grande problema é que, além de ser uma marca muito recente (e que precisa se afirmar no país), o E5 chega em um momento onde a demanda por modelos puramente elétricos já não está tão aquecida quanto antes e o futuro não promete melhorias a curto prazo, o que pode colocar o modelo chinês em cheque. Em suma: as qualidades existem, entretanto, talvez elas não sejam suficientes para fazer o novato deslanchar.