segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Dirigimos o Nissan Frontier Attack por uma semana; confira as impressões

Nissan Frontier Attack é uma boa porta de entrada para os utilitários aventureiros






Versão mais barata da picape média japonesa agrada no estilo e na condução, mas peca na oferta de tecnologia embarcada. Rodamos por 600km.


Por Yuri Ravitz

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A cor Azul Cayman é oferecida por R$1.950 à parte.

Antes tarde do que nunca, não é mesmo? Com certeza já comecei uma ou duas, talvez quinze matérias assim, mas faz parte: sempre fico na expectativa pra testar alguma determinada novidade do mercado e, sem sombra de dúvidas, o Nissan Frontier é uma delas. Sim, O FRONTIER porque tô falando de UM carro, UM automóvel.

Ok, eu sei que essa geração não tem mais nada de novidade porque foi lançada por aqui em 2017 e reestilizada em 2022, porém, ela ainda não tinha passado pelo Volta Rápida. Finalmente aconteceu; dirigimos a versão de entrada Attack por uma semana e mais de 600 quilômetros pra ver onde ela acerta e onde erra. Vem com o Ravito!

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Attack traz adesivos exclusivos e alargadores de para-lamas.

O Frontier hoje está na linha 2026 e é oferecido em três versões: Attack, Platinum e PRO-4X, cujos valores vão de R$277.590 a R$317.990. Reparou que a Attack nem parece uma configuração de entrada? É porque, na verdade, ela era intermediária e ficava acima das variantes S e SE no ato do lançamento em abril de 2022.

É uma das médias mais baratas (ou menos caras) que o dinheiro pode comprar hoje e isso não é por acaso, pois o projeto já está datado e pede por uma renovação completa. Essa renovação, inclusive, já tem data pra chegar: 19 de novembro. Será que, mesmo assim, o modelo atual ainda é uma boa compra? Vamos descobrir.

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Motor biturbo garante desempenho decente ao Frontier.

Atualmente, o Nissan Frontier traz uma única opção de conjunto mecânico que é composta por um motor 2.3 de 4 cilindros em linha, biturbo a diesel, capaz de gerar até 190cv e 45,9kgfm e controlado por uma transmissão automática de sete marchas. O sistema de tração é sempre 4WD com opção 4x2 (traseira) e até 4x4 low (reduzida).

É um conjunto honesto, na média do segmento em matéria de números e desempenho geral: são 11,3 segundos no 0 a 100km/h e 180km/h de velocidade máxima. Sobre consumo, nossa geral total foi de 12,5km/l mas é possível atingir médias melhores em trecho majoritariamente rodoviário - nosso máximo de economia foi de 14,9km/l.

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Cabine é simples mas bem acabada. Há plástico rígido por todos os lados.

A lista de equipamentos da versão Attack é bastante modesta e contempla: luzes diurnas, faróis de neblina, central multimídia de 8 polegadas, seis airbags, faróis com ajuste elétrico de altura, bancos em tecido, ar-condicionado analógico com saídas traseiras, câmera de ré, piloto automático, computador de bordo colorido, entre outros.

A linha 2026 ganhou discretas novidades na forma de recursos ADAS como alertas de colisão frontal e de atenção do motorista, bem como assistente de frenagem de emergência. Sentimos falta de sensores de estacionamento e de algo que protegesse a caçamba como uma capota marítima ou um mínimo revestimento plástico.

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Bancos são revestidos em tecido com costura clara

Pois bem... Sempre tive curiosidade de dirigir o Frontier porque sempre ouvi elogios sobre a picape, principalmente sobre sua condução que, segundo alguns, chega a lembrar um sedan médio. Eu diria que não é pra tanto, porém, a serenidade e conforto ao dirigir são inegáveis. Mal dá pra ouvir o 2.3 na estrada, por exemplo.

Os pneus Scorpion ATR de série são feitos pra uso misto e você nem lembra disso enquanto dirige, pois são silenciosos. O câmbio de sete marchas permite trocas manuais na alavanca e seu funcionamento é bom, ou seja: ao volante, de fato, não há o que se reclamar. Podia haver mais motor, mas o que está ali não te deixará com raiva.

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Central multimídia não possui espelhamento sem fio.

O cockpit agrada, contudo, já deixa claros os sinais da idade e pede por atualizações, principalmente na seleção de materiais; apesar disso, é tudo bem montado e não há sinais de falta de capricho em lugar algum. Até mesmo o espaço interno, clássico ponto fraco em picapes, é bastante razoável aqui; quatro adultos viajam sem aperto.

O que realmente incomoda no Frontier Attack são os cortes tecnológicos para se obter o preço que flerta com os 278 mil reais; manobrar uma jamanta dessas sem ter nenhum sensor de estacionamento é desagradável, especialmente em estacionamentos apertados como algumas garagens e comércios variados.

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Caçamba não traz nada: protetor, capota... Absolutamente nada.

Gostou da picape e quer dar uma chance? Minhas dicas são: tente conseguir um bom desconto ou parta para as versões acima. Com o novo modelo tão perto de chegar (mesmo que ele não seja lançado imediatamente aqui), o atual só vale a pena com reduções mais generosas de preço...

...a não ser que você faça questão de um produto mais voltado a um eventual fora-de-estrada já de fábrica. Nesse caso, a versão Attack pode ser um bom ponto de partida para alterações mais drásticas como pneus maiores, suspensão elevada, entre outros. Se não precisa desse tamanho todo, economize e leve uma intermediária.

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