Omoda 7 aumenta a ofensiva chinesa entre os SUVs médios com eletrificação avançada e preço competitivo
Novo utilitário-esportivo da marca de luxo da Chery conta com mecânica híbrida plug-in, motor 1.5 turbo e até 1.200km de autonomia declarada para incomodar rivais.
Por Yuri Ravitz
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| Modelo das fotos está na cor Branco Arctic. | 
Os caras estão vindo com tudo! É, meu amigo... Foi-se o tempo em que carro chinês era sinônimo de amadorismo e incertezas. Os tempos são outros e a verdade é que os chineses estão esbanjando dinheiro, mas é claro que eles também querem ter retorno e é por isso que estão apostando forte no mercado brasileiro.
Já temos BYD, GWM, GAC, Chery, JAC, Zeekr, Geely, Omoda & Jaecoo e ainda tem várias outras com malas prontas e passaporte carimbado. Falando das que já estão aqui, recentemente tivemos contato com uma novidade da Omoda que promete fazer bastante barulho entre os SUVs médios: o 7. Isso mesmo: o nome dele é apenas 7 (sete).
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| Lanternas trazem estilo inusitado com assinatura luminosa em formato de raio. | 
A marca apresentou, na última semana de outubro, o aguardado Omoda 5 com motorização híbrida (pra completar a oferta ao lado do 100% elétrico E5 que também testamos no lançamento) e, junto dele, o inédito Omoda 7 pra se posicionar como o topo-de-gama do portfólio atual da empresa, ambos em duas versões.
O Omoda 7 nada mais é do que a terceira geração do Tiggo 7, um sucessor direto do modelo que a CAOA Chery comercializa por aqui desde 2021. Nós fomos até Tuiuti, em São Paulo, pra conhecer a novidade de perto e levá-la ao limite nas curvas do autódromo Haras Tuiuti. Quer saber como ele se saiu? Então continua comigo.
Bora começar falando de motor porque "NÉ?"; as principais queixas sobre os híbridos do "segundo escalão" vendidos no Brasil sempre recaem sobre a falta de força quando a energia acaba. O Omoda 7 junta um bloco 1.5 turbo a um motor elétrico montado na dianteira pra render até 279cv e 37kgfm de potência e torque combinados.
Sozinho, o motor a gasolina entrega até 135cv e 20,4kgfm enquanto o elétrico gera até 204cv e 31,6kgfm, alimentado por uma bateria de 18,4kWh que garante até 60km de autonomia em modo puramente elétrico. A ideia, como em todo híbrido, é que você rode com energia o máximo que puder para fins de menor consumo e emissões.
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| Rodas aro 19 caracterizam a versão Luxury, de entrada. | 
Esses números posicionam o Omoda 7 exatamente no meio dentre seus principais rivais plug-in - o BYD Song Plus e o GWM Havel H6. O BYD é pouca coisa mais barato, mas seu motor 1.5 aspirado é conhecido por "faltar" no carro quando a energia acaba, o que não é tão fácil de acontecer mas também não é impossível.
Em relação ao GWM, a situação é mais equilibrada; embora o Haval H6 PHEV esbanje números excelentes de potência e torque combinados, seu motor 1.5 turbo é o que mais se aproxima ao do Omoda 7 nesse aspecto. Em outras palavras, a Omoda queria posicionar o novo 7 entre os conterrâneos e o fez com maestria.
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| Interior é bastante sóbrio e discreto, mas bem acabado e aconchegante. | 
Você pode comprar esse garotão em duas versões: a Luxury por R$254.990 e a Prestige por R$279.990 - são valores de lançamento, porém, a Omoda não falou até quando eles irão durar. Pra um carro que mede 4,66m de comprimento, 1,67m de altura,1,87m de largura e com 2,72m de entre-eixos tá muito bom. Ah: são 590 litros de porta-malas.
Dentre os equipamentos temos teto solar panorâmico, todas as luzes em LED, bancos dianteiros elétricos, luz ambiente com 256 opções de cores e muito mais. A versão de topo acrescenta mimos como som assinado pela Sony, HUD colorido, sistema de fragrâncias (tipo a Citroën oferecia no C4 Picasso) e multimídia com tela deslizante.
Esse é o segundo evento em que a Omoda nos leva pra um autódromo tão travado; no primeiro evento nós fomos até a pista da Fazenda Capuava. Pode parecer ilógico mas, na verdade, é interessante pra ver o comportamento dinâmico de carrocerias reconhecidas por terem esse tópico como um dos principais pontos fracos...
...e essa foi a segunda vez que me surpreendi positivamente, ainda mais se lembrarmos que o consumidor normal jamais fará nas ruas (ou pelo menos não deveria fazer) o mesmo que fazemos em um circuito fechado. Pra um SUV médio, o Omoda 7 se comportou muito bem e com segurança, mérito também da suspensão traseira independente.
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| Teto solar panorâmico garante ótima visibilidade. | 
O conjunto mecânico, confesso, não me impressionou; é a velha história de olhar os números e se deixar levar por eles, ou seja, é mais uma expectativa furada do que dizer que "é ruim". Foi a mesma sensação que tive ao volante do Jaecoo 7, mas com a vantagem de que a conversa do conjunto é bem melhor aqui no Omoda 7.
O que agradou nesse aspecto foi o bom gerenciamento da coisa toda; você não sente tranco na "entrada" do motor a gasolina e sequer o ouve. Na verdade, parece que o Omoda 7 está andando somente em modo elétrico o tempo inteiro, o que considero muito bom. Nessa categoria, o consumidor costuma priorizar silêncio e eficiência.
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| Grade dianteira é do tipo integrada, sem moldura. | 
Não tive tempo suficiente de testar tecnologias e ver a qualidade do carro como um todo, porém, o rápido contato rendeu impressões boas o bastante para me deixar curioso por uma avaliação mais duradoura. Os caras estão chegando e querem vender, logo, eu quero ver se eles têm o que é preciso pra convencer o consumidor.
Achei o Omoda 7 bem posicionado e bem precificado, diferente do Omoda 5 que é um híbrido-pleno (HEV) e deixou algumas impressões ruins, mas isso é assunto pra outra publicação. O fato é que a Omoda & Jaecoo quer entrar na festinha dos SUVs médios e atrair os olhares dos convidados, mas será que vai conseguir? A saber...












