segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Teste completo com o VW Tera High "Outfit The Town", o mais completo

Volkswagen Tera é idêntico aos irmãos, o que é bom e ruim ao mesmo tempo






Apesaar de ser um produto inédito, o VW Tera traz muito da receita já conhecida da montadora, o que causará amor e ódio no público. Testamos por mais de 500km.


Por Yuri Ravitz

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A cor Prata Lunar é um prateado levemente azul e custa R$1.750 à parte, seja com ou sem o teto em Preto Ninja.

Chegou a hora, meu povo! Esse momento foi muito aguardado e ele finalmente aconteceu: habemus Tera no vê érre, o mais novo produto "populacheiro" da vedáblio do Brasil! Chamar o Tera de populacheiro não é exagero, pois a marca quer vender esse carinha igual pão quente à tarde, mas será que ele tem potencial pra isso?

Nós rodamos cerca de 500km ao longo de uma semana pra descobrir e as expectativas, é claro, estavam nas alturas. O Tera é, de fato, o tão comentado "SUV do Gol" que o povo especulou por anos e anos, prometendo um fôlego extra a uma linha que não vê novidades significativas há algum tempo. Pega um cafezinho e vamo que bora!

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Versão High pode receber o pacote Outfit que traz detalhes escurecidos e acabamento interno exclusivo por R$2.330.

Mas ele é NOVO mesmo ou é "novo", Ravito?


Então, meu caro e minha cara... O Tera, como produto, é novo não apenas pelo nome, mas pelo posicionamento dentro da gama da Volks e perante o mercado; é seguro dizer que ele veio pra ocupar o lugar do Polo. Tanto é que o hatchback hoje só existe em três versões: Track, Sense e Highline. Seu protagonismo foi pro ralo.

Do ponto de vista técnico, entretanto, não há novidades. Tirando o que os olhos vêem (carroceria e interior), o Tera é mais um membro da família MQB A0, mesma plataforma do Polo, Virtus, Nivus e T-Cross, tendo extrema semelhança com eles por todos os lados. Pra quem esperava um produto disruptivo, não foi dessa vez.

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Os Tera mais caros trazem o motor 170 TSI, de até 116cv.

"Ah tá. Então é a mesma porcaria dos outros. Entendi..."


Se foi exatamente isso o que você pensou, sugiro que repense; não ter causado uma revolução não significa necessariamente ser ruim, principalmente porque uma boa parte do público brasileiro ainda é avessa a mudanças, muito apegada ao passado e coisas mais perenes. Alguns ainda demonizam os motores turbo, acredita?

O Tera sempre traz motor 1.0 flex de três cilindros, mas aspirado na versão de entrada e turbo nas demais. É o mesmo 170 TSI do Polo reestilizado, capaz de gerar até 116cv e 16,8kgfm atrelado a uma caixa automática de seis marchas. O conjunto é ok, sem brilhar ou faltar, mas o 200 TSI ficaria sensivelmente melhor e isso é inquestionável.

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Cockpit do Tera traz fortes familiaridades com outros VW.

Na parte de equipamentos, o Tera busca se nivelar aos principais rivais diretos mesmo custando menos em algumas variantes. Dentre os tops de linha, nosso avaliado Tera High custa R$141.890 contra R$149.990 do Kardian Iconic e R$146.990 do Pulse Impetus Hybrid. O menor preço, contudo, se traduz em menos itens.

Ele tem faróis Full LED, 6 airbags, ar digital, multimídia com espelhamento sem fio, sensores dianteiros e traseiros, câmera de ré e etc., mas peca em detalhes como a ausência dos faróis de neblina (que os rivais têm), de ajuste elétrico de altura do facho (só no Kardian) e das saídas traseiras de ar que até o Polo, teoricamente inferior, traz.

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Pacote Outfit traz acabamento interno com costuras em azul por diferentes pontos.

Se quiser saber como o Tera se comporta ao volante, é só dirigir um Polo ou um Nivus: é a mesma coisa. Não existe diferença suficiente pra colocar esse ponto como fator decisivo na hora da compra e, novamente, isso não quer dizer que seja RUIM. Pelo contrário: o Tera é um carro de condução decente e agradável assim como seus irmãos.

A grande questão é que, como dissemos antes, ele não "brilha" ou encanta como um protagonista candidato a best-seller, ao nosso ver, deveria fazer. O problema do Tera não é o Tera em si, mas o que a gente espera ao ver a importância que a própria VW dá a ele. Não há revolução e sim uma nova embalagem para um produto conhecido.

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Lanternas trazem luzes de posição e freio em LED.

Pra fechar, gosto do design da dianteira e não curto a traseira, apesar das lanternas serem legais. O que realmente adoro é a cor Prata Lunar da unidade cedida ao VR: é um espetáculo, lembrando o Azzurro Thetys que Lamborghini e Porsche usam, bem como o Grigio Alloy que alguns Ferrari clássicos trazem e são absurdamente lindos.

O Tera é bacaninha e tem vendido bem, contudo, merecia mais "tempero" na receita pra ser menos água-com-açúcar. É melhor de dirigir do que o Pulse, mas é inferior ao Kardian (e ao próprio Pulse) em alguns aspectos. A briga entre os micro-SUVs tá só começando e o tempo dirá se as armas do Tera serão suficientes pra convencer.

Ah, quase ia me esquecendo: tenho visto algumas críticas sobre o apoio de braço "de ônibus" e, sinceramente, não consigo entender. Como ex-dono de Polo e seu apoio inútil, achei a peça do Tera maravilhosa graças ao ajuste de altura no mesmo estilo dos Land Rover. O povo reclama de cada coisa... Eu hein.

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